O desembarque do MDB do chamado ‘Blocão’ na Câmara dos deputados, em Brasília, poderá fazer com que o federal paraibano Hugo Motta (Republicanos) diminua o seu poder na Capital federal.
De acordo com informações do Estadão, Motta, lidera o ‘blocão’ que é uma formação do início da legislatura que reúne 11 partidos de centro e toda a base do governo de Jair Bolsonaro (sem partido).
O grupo, lembra a matéria, atualmente conta com 324 deputados e é fundamental para aprovar os projetos de interesse do Governo.
Recentemente, Motta apoiou, em nome do bloco, o pedido de urgência ao projeto do líder do PSL, Major Vitor Hugo (GO), para dar a Bolsonaro o poder de instaurar uma condução típica de situações de guerra, tendo a pandemia como justificativa. A medida foi alvo de críticas e acabou naufragando antes mesmo de chegar ao plenário.
Intenção
A intenção do MDB, que é a quinta maior bancada da Câmara, com 34 deputados, é se unir ao Cidadania, que conta com seis deputados federais, para atuar de modo independente nas votações da Casa e já sinalizar uma possível aliança para as Eleições de 2022.
Depois de unidos, ambos irão em busca de mais uma legenda de centro para reunir até 60 deputados. O Solidariedade, que hoje conta com 14 deputados e está fora de qualquer bloco da Câmara, pode ser a terceira sigla desejada.
O presidente do Cidadania, deputado Roberto Freire, de Pernambuco, escreveu em suas redes sociais que a articulação com o MDB vai além do Congresso.
“O @23cidadania e o @MDB_Nacional decidiram formar um bloco na Câmara, numa articulação para além do Congresso, que vai ajudar a construir uma alternativa em 2022 para o Brasil do Polo Democrático. Para mim, é uma alegria pessoal. Em 1965, já no PCB, participei da fundação do MDB em PE”, disse Freire.
Também pela rede social, o presidente do MDB, Baleia Rossi, respondeu ao novo colega de bloco em agradecimento. “É muito bom estarmos juntos de novo na estrada da democracia e na defesa das pautas de interesse do povo brasileiro neste momento tão difícil para o País”.
Já o líder do Cidadania disse que a ideia pode resultar numa organização de polo democrático para 2022.
“Será uma união de partidos de centro para trabalhar pautas importantes na Câmara, especialmente as reformas, e que pode resultar numa organização de um polo democrático pro ano que vem”, disse o líder do Cidadania, Alex Manente (SP).
A nova aliança torna oficial o afastamento do MDB em relação ao Palácio do Planalto – o que já acontece com uma ala do partido liderada por Renan Calheiros (AL) no Senado – e sinaliza caminhos para uma aliança em torno de uma candidatura que dispute a Presidência contra Bolsonaro em 2022.
Articulador
Recentemente, Hugo Motta foi apontado pela imprensa nacional, ao lado do também deputado federal paraibano Wellington Roberto (PL), como um dos importantes operadores dos bastidores do poder, na Câmara Federal.
Hugo, de acordo com a imprensa, é considerado do baixo clero parlamentar, mas, assim como Roberto, um notório pela capacidade de articulação e negociação longe dos holofotes. (Clique aqui para conferir detalhes)